Bom senso!

Ao menos para alguma coisa serviu a notícia da possibilidade de fechamento da unidade de Fernandópolis do Hospital de Câncer de Barretos. O anúncio bombástico de Henrique Prata reacendeu a tão sonhada união política. De imediato, dezesseis partidos se juntaram para manifestar apoio e solidariedade, além de oferecer ajuda de seus representantes na cidade, na assembleia e no congresso nacional. Acreditem ou não, até PT e PSDB se juntaram no ato de apoio.

Ao mesmo tempo, a Associação de Amigos, que há tempos patinava, redescobriu sua verdadeira finalidade e encampou, ao lado da AVCC, a iniciativa de mobilização popular que promete encher a praça da Matriz no sábado e mostrar para o presidente da Fundação Pio XII e para o governador Geraldo Alckmin que o paciente de câncer não pode ser penalizado com mais uma briga política. O paciente não pode sofrer com picuinhas.

Todos esperamos que a decisão de fechamento seja reconsiderada e o atendimento aos pacientes não sofra interrupção, da mesma forma que todos clamamos para o imediato restabelecimento do diálogo entre o governo estadual e Henrique Prata. Sem isso, não há como prosseguir, e certamente será o fim. O diálogo é o único caminho para buscar uma rápida solução para o atendimento das demandas do hospital, dentro das possibilidades financeiras do governo estadual.

Todo mundo está careca de saber das necessidades do hospital e também sabe de cor e salteado que os governos, em qualquer esfera, estão quebrados, porém, Henrique Prata não pode deixar de considerar que a unidade de Fernandópolis presta um serviço de excelência e não pode paralisar suas atividades, um dia que seja, da mesma forma que o governador Geraldo Alckmin, médico que é, mais do que ninguém sabe que a finalidade maior da unidade de Fernandópolis é a prevenção da doença e que cada centavo gasto com prevenção significa a economia de milhões de reais no tratamento do câncer.

Não bastasse, o custo de manutenção da unidade de Fernandópolis é pinto perto dos valores que são dispendidos com os hospitais de Jales e Barretos e a prevenção feita aqui ajuda a desafogar os serviços prestados nas duas cidades. Enfim, existem inúmeros motivos para mostrar que o bom senso precisa prevalecer e é somente isso que pedimos aos dois lados. Bom senso!


Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)