Edison Rolim

Nessa semana, a Câmara de Fernandópolis corrigiu um erro histórico e deu o nome do ex-prefeito Edison Rolim ao prédio da edilidade. Pese sua trajetória política brilhante, Rolim nunca havia sido homenageado pela cidade que governou durantes dois mandatos como prefeito. Pode até parecer estranho, mas tantos foram homenageados tão somente porque eram conhecidos de um ou de outro, e uma pessoa que foi a mais importante autoridade da cidade por oito anos estava esquecida na memória dos fernandopolenses.

A iniciativa do vereador André Pessuto, ombreado à unanimidade pelos demais vereadores, fez justiça a quem tanto lutou por uma cidade melhor e que ajudou, sem sombra de dúvida, a traçar os destinos daquela que hoje é uma das maiores cidades da região. O início da Santa Casa, o antigo Paço Municipal, a instalação da Comarca, a abertura de estradas e a estação ferroviária, a agência do Banco do Brasil e a Casa da Agricultura, dentre outras tantas, tudo numa época em que isso aqui era sertão puro, longe demais das capitais, em todos os sentidos.

Suas conquistas ainda estão aí, até hoje, a demonstrar a grandiosidade de sua visão de pensar a cidade para o futuro, algo que nossos políticos esqueceram há tempos. Infelizmente tem sido assim: se o pensamento é pequeno, a cidade fica pequena.

Além disso, a homenagem chega em boa hora, se levarmos em consideração que, há alguns dias, o casarão que lhe serviu de moradia por várias décadas foi derrubado, para dar lugar ao progresso (?) e para tristeza de muitos, eu incluso, que o consideravam uma espécie de cartão postal da cidade. Aliás, após a demolição, todas as vezes que passo por ali (e faço isso todos os dias, religiosamente) sinto uma tristeza sem fim. Por enquanto, ainda resta o painel com as crianças brincando, outra marca registrada do lugar. Se for possível a transferência do painel para a frente da casa de leis, a homenagem estará completa.

Porém, apesar de suas conquistas perenizadas na nossa história, a lembrança mais marcante que tenho de Edison Rolim sempre será a camaradagem, o seu companheirismo. Suas qualidades foram transmitidas aos filhos e netos. Para minha felicidade, pude privar de seu convívio e posso dizer, sem nenhum medo de errar, que ele foi um dos meus melhores professores. Lecionava-me aulas de vida. Essas aulas ajudaram a moldar muito do que sou e até do que penso, sobre temas variados, a política em especial. Grato pela convivência. Grato pela homenagem.


Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)