Sábado, 27 de Abril de 2024

O choro do presidente

13/11/2014 as 20:01 | | Da Redaçao
A última sessão da Câmara de Fernandópolis provocou uma reação inusitada no vereador Chico Arouca, presidente daquela Casa.

Na ocasião, Chico disse “estar cansado e que às vezes nem dorme pelo fato de não conseguir apoio nos seus pedidos”.
Noves fora a razão do “choro” (penso até que inédito na história política local), a reação do vereador traz um simbolismo muito grande. Se olharmos para trás, veremos que Chico assumiu a vereança e a presidência da Casa com “pique total”, projetando um mandato de grandes conquistas e de engrandecimento da cidade. Pouco a pouco, porém, foi se desiludindo, ao perceber que as coisas não fluíam da maneira como havia vislumbrado.

É óbvio que aquela reação foi puramente emocional, funcionando mais como um desabafo, mas também não é menos verdade que acabou escancarando a crise financeira municipal (leia-se, o cofre dilapidado pela administração anterior), fator que acabou minguando as forças do vereador e culminando com a cena final do choro na tribuna, a demonstrar que o experiente político se rendeu à dura realidade e arrefeceu seu entusiasmo.
Por outro lado, ao mesmo tempo em que escancarou sua desilusão, Chico acabou mostrando um caminho para que a administração “troque os pneus com o carro andando”, como diria o populacho.

Na sua fala, ficou claro que existem alternativas para que a população não sofra tanto com a ausência de recursos públicos: a implementação das parcerias público-privadas.Mais do que nunca, entendi sua reação como uma forma de mostrar que é possível atender algumas demandas sem a injeção de recursos púbicos, ainda que essas demandas sejam secundárias ou, como queiram, não sejam encaradas como prioridade pela administração.

Penso que é preciso encarar a atitude do vereador como uma maneira construtiva de ajudar a administração, de mostrar que não só ele, mas também os demais vereadores, como um todo, estão dispostos a contribuir para que a população sofra o mínimo nessa fase de saneamento das contas públicas.

Penso que, mais do nunca, é hora de darmos as mãos, todos, em busca do porto seguro. Se for assim, essa travessia vai ser muito mais fácil.


Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)
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