Sexta, 26 de Abril de 2024

COB desviou recursos para empresa administrada por Nuzman

30/07/2015 as 22:00 | Brasil | Da Redaçao
A empresa criada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para fazer a gestão dos contratos de marketing da entidade, a Olympo Marketing e Licenciamento, desviou R$ 666.803,68 da União. Foi o que ficou constatado em processo do Tribunal de Contas da União referente ao ano de 2008, depois dos Jogos Pan-Americanos. O valor já foi devolvido aos cofres públicos.

No processo, o TCU identificou que a empresa - que tem entre seus administradores Leonardo Gryner e Carlos Arthur Nuzman, diretor e presidente do COB - recebeu "onze pagamentos irregulares" do comitê. Os recursos desviados seriam da Lei Agnelo Piva, instrumento pelo qual o COB recebe 2% da arrecadação bruta das loterias federais.

De acordo com o relatório final, publicado em 2014, o valor usado irregularmente foi devolvido em 2012, "após identificação pela equipe de fiscalização". Questionado pela reportagem, o COB não quis se manifestar. No processo, o comitê confirmou que usou irregularmente os recursos da Lei Piva e alegou que "o pagamento efetivado, à época, com recursos da Lei Piva, se deu por razões circunstanciais, vez que, naquele momento, em plena realização dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, o COB se viu contingenciado a aportar seus recursos próprios no citado evento e, por questões de fluxo de caixa, utilizou os recursos da Lei Piva".

A empresa que recebeu o dinheiro é uma sociedade simples, de caráter privado, e pode, em tese, ter lucro, assim como redistribuir os dividendos entre seus sócios e gestores. Os sócios da Olympo são as confederações de Esgrima, de Remo e o próprio Comitê Olímpico Brasileiro, que tem como presidente e responsável legal Carlos Arthur Nuzman.

Na semana passada, a ESPN publicou uma troca de correspondências apreendidas pela Receita Federal que mostram que, em 2010, o COB perdoou dívida de quase R$ 1 milhão da empresa. O pedido de perdão da dívida foi assinado pelo diretor da Olympo, Leonardo Gryner, que também é diretor do COB e diretor geral de operações da Rio 2016.

O documento consta em processo da Receita contra o COB, cuja consequência, até agora, foi a suspensão da isenção fiscal do comitê, referente ao ano de 2010. O comitê continua sendo investigado pela Receita Federal.
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