Sexta, 26 de Abril de 2024

Outubro tem a maior inadimplência dos últimos três anos

24/11/2014 as 14:11 | Jales | Da Redaçao
O fim do ano pode não ser um dos mais positivos para o comércio de Jales, um dos setores mais importantes da economia local. Apesar do aumento de consultas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), o que indica aumento nas vendas, a inadimplência é a maior para o mês de outubro nos últimos três anos. Endividado, o consumidor pode reduzir as compras de fim de ano, optando por usar o 13º Salário, por exemplo, para pagar as dívidas em vez de fazer novas.

A Associação Comercial e Industrial de Jales (ACIJ) considera o SCPC o termômetro do comércio local, já que é pelas consultas ao serviço que passam todas as vendas a prazo. Somente na fase final da compra, quando o produto foi escolhido e as condições de pagamento negociadas, é que o lojista faz a consulta ao serviço, ou seja, quando a compra já está praticamente concretizada.

Das 7.171 consultas feitas ao serviço no mês passado, 2.117, ou 29,5% tinham restrições de crédito e não conseguiram concretizar a compra. Em outubro do ano passado, foram 6.901 consultas para 1.959 restrições, ou 28,3%. Em outubro de 2012, foram feitas 7.942 consultas ao SCPC que encontraram 1.980 restrições ou 24,9% do total.

O resultado de outubro acompanha o índice de restrições verificado durante todo ano de 2014. No primeiro semestre, por exemplo, 11.217 das 38.483 tentativas de vendas encontraram restrições de crédito dos possíveis compradores. Ou seja, 29,14% do total tinham o nome na lista negra dos inadimplentes. É o também o maior percentual registrado no primeiro semestres dos últimos três anos.

No mesmo período do ano passado eram 27,8 % (11.707 negativos para 42.102 consultas) e em 2012 eram 28,06% (13.504 inadimplentes para 48.110 tentativas de venda).

Outro fator altamente preocupante às vésperas da temporada de compras de fim de ano é o índice de recuperação de crédito, ou seja, a quantidade de devedores que saldaram as suas pendências, tiraram seus nomes do SCPC e voltaram a comprar a crédito.

Em outubro apenas 205 consumidores conseguiram essa façanha, enquanto 295 fizeram o caminho inverso, atrasaram seus pagamentos e foram incluídos na lista negra. Em outubro de 2013 houve 262 exclusões e 982 inclusões. Em 2012 foram 278 exclusões contra 451 inclusões.

TÍTULOS PROTESTADOS
O número total de títulos protestados aumentou 11,4% no acumulado de janeiro a outubro de 2014, em comparação ao mesmo período de 2013, em todo o país, de acordo com dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Na separação entre protestos de pessoa jurídica e de pessoa física, houve crescimento de 10,5% e 12,9%, respectivamente.

Na comparação interanual (out/14 contra out/13), os títulos protestados de pessoas físicas aumentaram 24,5% e 18,4% para as pessoas jurídicas, totalizando uma alta de 20,8%.

As variações mensais (out/14 contra set/14) também apresentaram elevação de 8,1%, somando-se os protestos de pessoas físicas e jurídicas. Para as empresas a alta foi de 5,7% e 11,8% para as pessoas físicas.

O valor médio dos títulos protestados para o mês de outubro de 2014 foi de R$ 3.263. Para as pessoas físicas o valor correspondeu a R$ 1.977 e R$ 4.119 para as pessoas jurídicas.

A inadimplência do consumidor brasileiro caiu 0,2% na comparação mensal (out/14 contra set/14), em todo o país, de acordo com dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). No acumulado do ano (jan/14 a out/14) os registros de inadimplência aumentaram 2,2% em relação ao mesmo período de 2013. Na comparação interanual (out/14 contra out/13) o indicador apresentou queda de 2,4%. No acumulado em 12 meses (nov/13 a out/14) a inadimplência cresceu 1,9%, na comparação com os 12 meses anteriores (nov/12 a out/13).

O valor médio real das dívidas registradas em outubro foi de R$ 942,78, após ajustes estatísticos.

Ao longo do ano, observaram-se poucas oscilações das variáveis condicionantes para a inadimplência. A previsão é que a maior seletividade das empresas concedentes de crédito, o desaquecimento gradual do mercado de trabalho e as taxas juros mantenham até o final do ano esta mesma dinâmica da inadimplência. Desta maneira, a expectativa é de que o número de registros de inadimplência feche 2014 com um leve crescimento, em torno de 2,5%.

(A Tribuna de Jales)
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