Quinta, 25 de Abril de 2024

PMDB e PT negociam pacto em São Paulo

23/07/2014 as 08:00 | | Da Redaçao
Pressionado pela campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff a abrir um segundo palanque em São Paulo, o PMDB cobra como contrapartida um pacto de não agressão na disputa ao Palácio dos Bandeirantes.

A iniciativa seria a principal cartada do comando do PMDB para tentar diminuir resistências do candidato do partido ao governo paulista, Paulo Skaf, em oferecer espaço para a campanha de Dilma. A medida já foi, inclusive, defendida publicamente pelo vice-presidente da República, Michel Temer, principal fiador de Skaf.

A aproximação entre PT e PMDB no Estado ficou mais ameaçada nos últimos dias depois da subida de tom de integrantes do conselho político da campanha de Alexandre Padilha (PT) contra Skaf. O peemedebista já foi carimbado como "candidato patrão", acusado de ter "preconceito de classe" e de representar a elite paulista.

Na órbita de Skaf, os ataques foram lidos como mais ofensivos do que as críticas do PSDB, seu principal adversário, que o acusam de não ter experiência em cargo eletivo para comandar o Estado. Agora, os peemedebistas esperam um recuo do PT e defendem que as duas campanhas centrem fogo na candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Oficialmente, a campanha de Padilha nega que as investidas contra Skaf façam parte da estratégia de atuação para conquistar votos. Segundo o presidente do PT em SP, Emidio de Souza, esses discursos não compõem a campanha e são lançados por setores do partido. "O nosso único adversário é o governador", disse o petista.

Emidio admite que a campanha de Dilma, inclusive, precisa de um "reforço" no Estado.

Integrantes da campanha, no entanto, apostam em cotoveladas ao longo da disputa. Padilha, inclusive, alfineta Skaf indiretamente em seus discursos falando de projetos que fazem parte de seu programa de governo, como a rede de ensino do Sesi e do Senai, que ficaram para trás depois da expansão do ensino técnico do governo federal, Pronatec.

Desde o início da campanha, Skaf tem demonstrado receio de que sua candidatura acabe contaminada com o alto índice de rejeição da presidente no Estado, que é o maior colégio eleitoral do país. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta (17), em São Paulo, 47% dizem que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Na capital, foram 49%.

Com essa alta taxa de rejeição, o grupo da reeleição decidiu procurar Skaf nos próximos dias para definir um ofensiva no Estado. A movimentação surge em meio às dificuldades de Padilha em decolar, uma vez que ele permanece estagnado com 4% das intenções de voto.

Coordenador da campanha de Dilma no Estado, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, vai procurar Skaf e o vice-presidente, Michel Temer, para definir uma linha de atuação. O tema também deve ser tratado pelo Conselho Político da campanha de Dilma, que se reúne nesta terça-feira (22) em Brasília.

Os petistas defendem que Skaf faça agenda conjunta com Dilma, mas se contentariam com publicidade para a presidente e as ações do governo federal na propaganda eleitoral do peemedebista, que começa em agosto.

"Vamos propor que o PMDB participe para valer da campanha de Dilma. O segundo turno em São Paulo depende dos candidatos de Dilma terem um desempenho melhor do que estão tendo. Isso vale para Skaf e para o Padilha", disse Marinho. "Ele [Skaf] tem que pedir voto por fazer parte do arco de aliança da presidente."

Temer já avisou Skaf que o PMDB de São Paulo fará, sim, campanha pela presidente. Foi com ajuda de Temer que Skaf conseguiu tirar de Padilha o PDT, o Pros, o PSD e o PP, três siglas que estão com Dilma na chapa nacional. O vice-presidente também se comprometeu com Dilma a toda vez que subir em palanques de São Paulo fazer uma defesa do legado de seu governo para os militantes peemedebistas.

Diante das negociações, o presidente do PMDB de SP, o deputado Baleia Rossi, disse que o partido deseja reunir Dilma e Skaf numa agenda conjunta no mês que vem.

"O nosso palanque em São Paulo é do Michel temer e da Dilma Rousseff. O que nós estamos programando é um evento do PMDB que tenha a presença da presidente em São Paulo", disse.
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