Quinta, 18 de Abril de 2024

Votuporanguense espera por dentadura prometida pela Prefeitura

03/12/2020 as 12:30 | Votuporanga | A Cidade
Agnaldo Oliveira de Faria, de 46 anos, é morador do bairro Estação, zona Sul de Votuporanga, e há cerca de dois anos ele perdeu os dentes por causa de uma doença. Desde então aguarda na “fila” por uma prótese dentária da rede pública, que cada dia parece mais distante de se tornar realidade.

De família simples, Agnaldo conta que, se tivesse condições, já teria feito a prótese por conta própria. Porém, ele está desempregado e sobrevive dos recursos que consegue juntar da venda de produtos de reciclagem.

“Tenho que comer de pouquinho em pouquinho e só caldo. Meus dentes estavam ficando mole, então fui no postinho e eles arrancaram, mas se eu soubesse que ia demorar tanto eu não teria feito isso. Devem estar passando gente na minha frente, não é possível demorar tanto, na época não tinha nem pandemia nem nada”, disse.

Além de não conseguir comer a situação tem mexido com sua autoestima. Agnaldo tem vergonha de sair de casa, já não tem motivação para se arrumar e até para conversar, o que tem dificultado ainda mais a sua procura por um emprego.

“Eles não dão um retorno, não explicam, só falam que tem que esperar, mas esperar até quando? Era melhor eu ter ficado com os dentes moles mesmo. Vou passar mais um Natal sem dentes”, concluiu.

CEO

No ano passado, o CEO (Centro de Especialidades Odontológicas) de Votuporanga, unidade da Prefeitura que conta com recursos do Governo Federal, através do Ministério da Saúde, confeccionou 1.027 próteses, conforme dados divulgados pela Secretaria da Saúde, mas nenhuma delas foi para Agnaldo.

O jornal A Cidade procurou a Prefeitura de Votuporanga para saber se a demora é comum e se havia alguma previsão para a solução do caso de Agnaldo. Em nota a administração municipal se limitou a informar que, devido à pandemia, os atendimentos odontológicos foram reduzidos e adaptados de acordo com os protocolos de proteção contra a Covid-19 e, com isso, o número de próteses caiu de 1.027, em 2019, para 71, neste ano.

“Vale ressaltar que os atendimentos de urgência são realizados nas Unidades de Saúde seguindo todas as medidas de segurança”, conclui a nota.
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