Sexta, 26 de Abril de 2024

Golpistas usavam fotos de jovens nuas para extorquir vítimas

11/08/2021 as 19:42 | Brasil | Da Redaçao
A estratégia é sempre a mesma, mas sempre encontra os desavisados achando que estão abafando porque a "beldade" da fotografia, moradora lá de "Pelotas" ou de alguma cidade bem distante, sabe-se lá por que, se interessou por ele. O convite de "amizade" chega na caixa de mensagens do Facebook. A vítima, principalmente o tipo "tiozão", acha que está abafando e logo aceita.

O próximo passo é a garota começar a fazer perguntas pouco corriqueiras a alguém que ela acabou de conhecer. Ela vai dando corda e, de repente, pede o número do whatsapp. E começa a enviar mensagens picantes, incluindo fotos sensuais. Pronto. Ela conseguiu fisgar o sujeito. Mas não é "ela", é alguém usando uma foto fake num perfil falso, muitas vezes inclusive se revelando logo em seguida como "policial". Começa a chantagem.

De olho em situações desse tipo, a Polícia Federal deflagrou nesta quarta (11/8) a Operação Dólos, para reprimir ação de criminosos que se passavam por policiais federais para extorquirem vítimas através de redes sociais.

Na ação, 30 policiais federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, em Porto Alegre, Gravataí, Viamão e quatro no Sistema Penitenciário do Rio Grande do Sul, sendo três na Cadeia Pública de Porto Alegre e um na Penitenciária Estadual de Canoas.

A investigação teve início em janeiro e identificou indivíduos que se utilizavam de engenharia social para manter contato com as vítimas, utilizando perfis falsos, fazendo-se passar por meninas menores de idade. A partir do contato inicial, havia o envio de imagens das supostas menores nuas, e, posteriormente, a extorsão com a utilização de perfis falsos de dois policiais federais do Rio Grande do Sul. Os criminosos solicitavam valores para, supostamente, não dar prosseguimento às investigações.

A Polícia Federal já identificou vítimas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Pernambuco. Os crimes investigados na Operação Dólos são extorsão, associação criminosa e falsa identidade.

A orientação é mais que óbvia: que a pessoa não dê prosseguimento a nenhum diálogo sem ter a certeza a respeito dos seus interlocutores. Não vale apenas para questões em que o golpista tenta se passar por uma súbita apaixonada, ou apaixonado, mas também para evitar golpes, como aqueles em que a pessoa, do outro lado da linha, inventa histórias como a do falso sequestro de um familiar, pedindo resgate, ou se passando por um familiar em dificuldades, pedindo depósito.

Sobre o nome da operação, a PF explica que Dólos, na mitologia grega, é um ser que personifica o ardil, a fraude, a astúcia, as artimanhas e as más ações.
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