Domingo, 19 de Maio de 2024

Denúncia aponta notas frias após conclusão de casas em Jales

O escândalo também estaria envolvendo outros empresários como Riva Rodrigues, parente de Junior Rodrigues que supostamente teria sido indicado por Flá
21/08/2020 as 07:05 | Jales | Da Redaçao
Uma denúncia apresentada pelo empreiteiro responsável pela construção de 99 casos populares na cidade de Jales, revelou a existência de duas “notas frias” embutidas na Prefeitura de Jales, uma no valor de R$ 34 mil e outra com pouco mais de R$ 40 mil reais, relacionadas a compra de tintas e materiais elétricos para serem usados nas casas do CDHU “Honório Amadeu”, mesmo depois das unidade estarem totalmente concluídas.

Antônio Carlos Miranda, sócio-proprietário da empresa Técnicon Engenharia e Construção Ltda, com sede em Jales, foi responsável pela construção das unidades, disse que vai a Justiça contar realmente o que aconteceu, uma espécie de delação premiada, e possivelmente entregar o esquemas, envolvendo várias pessoas e até a administração municipal.

Miranda disse, categoricamente, que foi obrigado a contratar e dar poderes a Rivail Rodrigues Junior, por meio de uma procuração (cópia abaixo) e essa pessoa ficou responsável pelos trâmites, representando a empresa perante a Prefeitura Municipal de Jales a partir de 27 de abril de 2017.

Segundo Miranda, Junior Rodrigues ficou responsável pela compra de materiais e teria realizado compras de tintas e materiais elétricos. As notas foram emitidas no dia 31 de janeiro de 2019, depois que o conjunto habitacional havia sido concluído e tendo até a emissão do “habite-se” feito pela própria Prefeitura.

Nos dias de pagamento os dois se dirigiam até a Prefeitura de Jales e Miranda recebia o cheque, assinava e entregava para Junior Rodrigues, que fazia o depósito na própria conta, reafirmando a participação de Júnior Rodrigues à pedido do Prefeito Flá. Junior lucrava 5% sobre a compra de materiais de construção, em dinheiro que girava em torno de R 8 à 12 mil reais mensalmente.

Miranda teria sofrido uma "certa" pressão de Júnior Rodrigues sobre a ex-tesoureira Érica Carpi. Miranda disse que antes a "transação" ou "intermediação" era feita por Nelsinho Guzzo mas, com o afastamento de Nelsinho pela Justiça, Júnior Rodrigues passou a pressionar diretamente a ex-tesoureira para que os pagamentos fossem feitos a "ele".

Nos bastidores, o nome do empresário Riva Rodrigues foi citado como co-participante nas obras. Miranda disse que vários maquinários de propriedade de Riva foram alugados e usados na retiradas de lixo na área escolhida pela Prefeitura e pelo CDHU para construção das 99 casa populares.

Cerca de 2.500 caminhões de todo o tipo de lixo foram retirados e levados ao aterro sanitário de Jales. “O solo daquela área é condenado, mas optaram em construir neste local. Hoje os problemas que estão aparecendo em algumas casas é decorrente no solo e não de edificação das casas. Se eu tivesse condições financeiras, faria os reparos, mas estou passando por dificuldades e até morando de favor em uma casa. Perdi tudo o que eu tinha”, declarou.

Mirando ainda citou que fez obras além do necessário, como o acesso desde o Cemitério Municipal até o local das casas, implantação de galerias e até plantando grama. “Estou preparando uma ação para receber tudo o que eu tenho direito”.

O regiaonoroeste.com deixou mensagem no Whatsapp do prefeito Flavio Prandi e com a assessoria de imprensa que justificou que Flá estaria atarefado com diversas reuniões com o comitê da covid-19 e que havia transmitido o recado sobre o fato.

A redação também falou com o empresário Riva Rodrigues, via telefone, e o empresário concordou e conceder uma entrevista para explicar a participação dele neste caso das casas do Conjunto Habitacional Honório Amadeu e ainda com relação a um acordo comercial entre ele e a empresa Tecnicon, que gerou a construção de uma casa.
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