Quinta, 18 de Abril de 2024

Vitória religiosa no congresso

Humberto Machado, Servidor Público, Radialista e pastor auxiliar da Assembléia de Deus em Fernandópolis
31/05/2011 as 06:30 | | Da Redaçao
Nas últimas eleições presidenciais eu tratei neste espaço a questão religiosa e as suas influências sobre o voto. Na campanha, Dilma Roussef e José Serra olharam para este segmento com mais respeito porque poderiam exercer força determinante sobre uma boa parcela da sociedade. O crescimento dos evangélicos tem alcançado índices que está mudando o perfil da sociedade brasileira e segundo projeções, em 2020 metade da população brasileira será evangélica.

O mapa social do país está mudando e os costumes estão seguindo uma tendência que choca a muitos. O conceito de família, por exemplo, está diferente de alguns poucos anos atrás. A ultima decisão do Supremo Tribunal Federal aceitou como união estável casais do mesmo sexo, ou seja, dois homens ou duas mulheres podem adotar filhos, ter direitos previdenciários, e outros direitos em condições de igualdade.

A organização em torno da causa gay tem conquistado espaços nunca antes vistos em nosso país, para espanto e medo por parte de muitos. Esta conquista tem chegado a esfera do governo que preparou um kit com livretos e vídeos para serem distribuídos nas escolas ensinando a não ter práticas discriminatórias contra os gays.

Os deputados e senadores das bancadas evangélica, católica e da família, tem combatido com veemência dizendo que o kit ensina as crianças que ainda não tem condições de discernir, a serem homossexuais. E mais, existe em trâmite no congresso um projeto de lei que criminaliza a homofobia, ou seja, se torna crime discriminar o homossexual. Na prática esta lei se aprovada, coloca o homossexual em um pedestal como “incriticável” diferente de todos os demais cidadãos, em arrepio a constituição que diz que todos são iguais perante a lei. A lei brasileira já contempla as discriminações em todas as áreas. O que na verdade esta organização quer é deturpar os valores da família, atacar os religiosos e ter direitos diferenciados que nenhum outro tipo de segmento tem. O índio, o negro, o idoso e o portador de deficiência não têm esses direitos.

A importância de se votar em pessoas comprometidas com valores cristãos se confirma com a vitória ocorrida nesta semana. Os rumores de se chamar o ministro Palocci ao congresso para esclarecer sobre enriquecimento, ganhou adeptos dentro da bancada religiosa. Juntos são quase 90 deputados que colocaram isto no balança do jogo político para barrar a distribuição do kit gay. Resultado, o governo recuou e retirou a distribuição deste kit e disse que todos os assuntos sobre costumes devem passar pelo crivo da presidência.

Esta vitória confirma a importância da representatividade do seguimento religioso em todas as esferas governamentais.

Para muitos a mistura de religião e política é heresia, mas é impossível divorciar uma coisa da outra. A religião está intrínseca ao ser humano, que por sua vez não consegue viver sem um contexto social que é controlado pela política. Os dogmas religiosos são imutáveis e a política deve se adequar ao pensamento do povo. O que não é possível é admitir que as leis interfiram nos princípios religiosos e que venha ferir e institucionalizar valores contrários ao pensamento cristão.
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