Prefeitura orienta população sobre o Câncer de Boca

Campanha de 2019 não indicou a ocorrência de lesões malignas em Fernandópolis

Todos os anos, as campanhas de prevenção do câncer bucal são desenvolvidas em todo o território nacional, buscando orientar a população a respeito do desenvolvimento da doença, auxiliando no diagnóstico de lesões em estágio precoce e procurando reduzir, de forma efetiva, a taxa de mortalidade e morbidade nos pacientes diagnosticados.

A campanha de prevenção do câncer bucal realizada em Fernandópolis esse ano, alcançou cerca de mil usuários que, após o acolhimento inicial, foram submetidos à avaliação na extensa rede de atenção à saúde do município, que é composta por 19 Unidades Básicas de Saúde, com 24 equipes da Estratégia Saúde da Família atuantes e abrangência de 100% da população.

Do total de 946 usuários examinados, 82 pacientes puderam ser encaminhados para retriagem, por conta da presença de alguma alteração em boca. Assim, esses pacientes foram encaminhados ao Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de Fernandópolis, que conta com Serviço de Diagnóstico Bucal, sob a responsabilidade da Dra. Luciana Estevam Simonato de Oliveira.

Do número inicial de pacientes encaminhados ao CEO, os profissionais constararam o comparecimento de 68 usuários que deram continuidade aos exames de diagnóstico. Nesses pacientes, foram diagnosticadas 72 alterações bucais,classificadas em mais de 20 espécies de variações da normalidade.

Neste universo, foram verificadas a ocorrência de 55 lesões de natureza benigna, na medida em que alguns pacientes apresentaram mais de uma lesão bucal. Segundo levantamento da equipe, verificou-se que a campanha realizada em 2019 não indicou a ocorrência de lesões malignas, contrariando os resultados ocorridos em anos anteriores e demonstrando que as campanhas de prevenção e orientação à população têm contribuído para uma melhoria significativa nos resultados havidos.

Durante as campanhas realizadas entre 2014 e 2018, 4.723 usuários foram examinados. Dentre estes pacientes, verificou-se que 425 apresentaram alterações bucais e foram encaminhados para acolhimento e retriagem no CEO. Desses, apenas 338 compareceram para reavaliação e obtiveram o diagnóstico definitivo. Entre os usuários reavaliados, 6 foram diagnosticados com câncer bucal, 303 com lesões bucais benignas e 105 com variações da normalidade.

“O baixo índice de câncer bucal detectado durante as campanhas, infelizmente, não minimiza a preocupação com o assunto, uma vez que em todos os casos diagnosticados no município de Fernandópolis, o quadro clínico que se apresentava já demonstrava a ocorrência de lesões em estado avançado, o que dificultou, de maneira significativa, na condução do tratamento, baixando índices de cura e reduzindo a sobrevida do paciente. Desta maneira, fazemos um convite ao público geral, no sentido de tomar parte nas campanhas de prevenção ao câncer de boca realizadas pelo Centro de Especialidades Odontológicas de Fernandópolis e, ainda, nas atividades existentes que combatem o tabagismo e o etilismo, visando não apenas a prevenção de novos casos de câncer de boca, mas também buscando estabelecer uma melhor condição de saúde à nossa população”, explanou Dra. Luciana.

EM NÚMEROS

O câncer de boca continua se apresentando como um problema de saúde pública em todo o mundo, sendo uma das neoplasias malignas mais comuns, acompanhado de baixos índices de cura e sobrevida média de 5 anos. No Brasil, para o ano de 2018, foram estimados cerca de 11.200 novos casos de câncer da cavidade oral para homens e 3.500 novos casos da doença para mulheres (INCA, 2018).

Alguns fatores que dão causa à ocorrência do câncer de boca já são bem estabelecidos na literatura científica, como por exemplo, o tabagismo e o etilismo crônicos, que são os principais causadores da doença. Outros fatores, como a exposição à radiação solar e a infecção pelo HPV vêm sido associados à ocorrência do câncer de boca.

Atento a essas informações, o município de Fernandópolis aderiu o Programa Nacional Contra o Tabagismo, que oferece tratamento gratuito para os fumantes. Foram criados grupos de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, coordenados pelo Dr. Alfonso Charris Saade e pela enfermeira Natália Bortoletto Gonçalves.