Quinta, 25 de Abril de 2024

Fonoaudióloga diz que tratamento para mudar voz pode ter efeito

21/02/2018 as 20:11 | Brasil | Da Redaçao
A voz "fina" de Ana Paula Costa foi um detalhe que logo chamou atenção de telespectadores quando a catarinense entrou para participar do reality show Big Brother Brasil 18.

Após tantos comentários sobre o tema, a jovem de 23 anos chegou a confessar que já sofreu bullying por conta dessa particularidade vocal e pensa em fazer um tratamento para mudar esta característica. Esta alteração desejada pela ex-BBB é possível e pode começar a ter efeito em até dois meses desde o início dos métodos terapêuticos, como explicou a fonoaudióloga Cintia Fadini em entrevista ao portal da RedeTV!.

O paciente que deseja fazer uma modulação vocal - termo usado pelos fonoaudiólogos - não vai usar hormônios ou medicamentos, mas apenas fazer exercícios na musculatura da região da faringe. De acordo com Fadini, o paciente deve fazer de uma a duas sessões semanais com fonoaudiólogos e realizar exercícios em casa para obter resultados perceptíveis entre o primeiro e o segundo mês de terapia. “Varia de acordo com a intensidade. E vai depender do quando o paciente exercita em casa”, explica.

O que vai determinar o tom da voz do paciente são fatores ligados à musculatura e à elasticidade das pregas vocais (temos duas, localizadas na região da garganta) e também se deve sair mais nasal ou mais oral, por exemplo. “Com exercícios vocais específicos é possível estimular a mobilidade destas pregas vocais e modificar padrões vocais, respeitando sempre a identidade de cada sujeito”, pontua a fonoaudióloga.

O TRATAMENTO É CARO?

De acordo com a médica, a terapia pode ser feita em sessões básicas com os profissionais (além da continuidade em casa, é claro). Isto custaria, em média, de R$ 150 a R$ 350 reais por ida ao consultório, a depender da região do país e especialidades médicas. Ou seja, um tratamento intensivo com duas sessões por semana teria o custo, no mínimo, em torno de R$ 1,2 mil por mês.

A duração da terapia varia entre os objetivos de cada paciente, mas as mudanças obtidas devem ser permanentes. A fonoaudióloga Lucélia Rodrigues, especialista em Linguagem do centro especializado “Cefac - Saúde e Educação”, explicou que há um limite terapêutico do que pode ser alcançado e, apesar dos resultados serem definitivos após um período, algumas mudanças no decorrer da vida podem causar mudanças novamente. “Alteração hormonal, envelhecimento ou alterações vocais por mau uso da voz. Então, deve se buscar novamente o fonoaudiólogo”, pontuou.

QUEM REALMENTE PRECISA MUDAR DE VOZ?

Se você está lendo este texto e pensando em fazer o tratamento, vale antes refletir sobre a real necessidade em tomar esta decisão. Qualquer pessoa que tenha queixa relacionada à própria voz pode iniciar um tratamento para modulação vocal com fonoaudiólogos, com exceção a quem tem doenças degenerativas. No entanto, a Dra. Cíntia Fadini ressaltou que há uma avaliação com o paciente para compreender o que motiva esse interesse. No caso de Ana Paula, o bullying foi apontado como razão.

O mesmo tipo de tratamento pode ser feito, por exemplo, por transexuais que fazem a redesignação de gênero, independente das alterações hormonais. Por estas diferentes condições pessoais de cada indivíduo que os profissionais de fonoaudiologia devem compreender as motivações para a terapia. "Durante o tratamento levamos em consideração as características de cada pessoa. Trabalhamos muito com a parte psíquica, para saber quais as características que o paciente almeja para a sua voz", disse.

"Como a voz reflete uma característica particular, é preciso saber o quanto o próprio se sente incomodado. Temos sempre uma queixa do outro e nem sempre do próprio sujeito (…) A voz é uma característica particular de cada sujeito, ela carrega as emoções e a forma como o sujeito é interpretado no meio social em que vive”, acrescentou.
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