Professor nota 10

A professora Rosana Pichuti Gandolphi, da cidade de Meridiano, teve seu trabalho como educadora reconhecido pela Fundação Victor Civita. Seu trabalho dentro e fora da sala de aula acabou sendo escolhido como um dos dez melhores do país. Ela foi um dos ganhadores do prêmio “Professor Nota 10”, o mais importante entre os prêmios da educação básica do Brasil.

Para aqueles que não sabem, o prêmio reconhece profissionais da Educação Infantil e do Ensino Fundamental de todo o país. Durante o ano, cerca de três mil educadores, professores, gestores escolares e coordenadores pedagógicos, de diversos segmentos de ensino, inscrevem seu trabalho em diferentes áreas de conhecimentos profissionais. Geralmente, esses projetos mostram iniciativas simples que conseguiram transformar a vida de crianças através da educação. Foi o caso da professora de Meridiano.

Em uma turma de ensino fundamental, numa escola no distrito de Santo Antonio do Viradouro, a professora Rosana resgatou as cantigas e os palavreados recitados ao pular cordas, uma realidade presente no dia a dia daquele pequeno vilarejo, onde as brincadeiras de rua ainda prevalecem como passatempo preferido das crianças. Para avançar no sistema de escrita alfabético, os alunos registraram textos que sabiam de memória, participaram de situações de escrita coletiva, aprenderam uma variedade de cantigas, interagiram uns com os outros para produzir textos, desenvolveram comportamento de leitor e escritor e ampliaram seu vocabulário. Ao final do projeto, as crianças confeccionaram um livrinho de cantigas que foi entregue à turma da creche daquela mesma escola. Como puderam perceber, uma verdadeira corrente de educação, onde os alunos são ajudados e ajudam.

A maioria dessas informações foi tirada das emissoras de tevês e dos sites de todo o país que divulgaram a notícia nos últimos dias. Fico pensando, aqui com os meus botões, que ideias simples e corajosas realmente são capazes de mostrar a importância da aprendizagem de crianças e jovens. Não pode ser tão difícil assim fazer um ensino público de qualidade, desde a primeira infância até o final do ensino médio. Esse período será a base do aprendizado desses alunos e da formação do cidadão. Uma escola não precisa ser luxuosa para cumprir sua finalidade. Uma ideia de um educador não precisa ser extraordinária para mudar a vida de pessoas. Iniciativas como a da professora Rosana nos fazem acreditar, cada dia mais, que construir uma boa escola é dever de todos nós, não só dos governos. Resumindo, há luz no fim do túnel. Parabéns, professora Rosana. Parabéns aos seus alunos e a todos aqueles que acreditaram na sua ideia e ajudaram a colocá-la em prática. Que a prática se dissemine. O Brasil agradece!


Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)