Etec de Fernandópolis é berço de novas empresas de tecnologia

Com a IncubaTec, escola técnica oferece espaço físico e ajuda a desenvolver projetos de microempreendedores. Os interessados precisaram se inscrever pela internet, apresentar um projeto para uma banca avaliadora, participar de uma oficina e desenvolver um plano de negócios

A Escola Técnica Estadual (Etec) de Fernandópolis está ajudando pequenos empreendedores a transformar seus projetos em realidade. Desde 2014, a Incubadora de Bases Tecnológicas (IncubaTec) funciona no prédio da escola e fornece a estrutura física e técnica para novos empresários tirarem suas melhores ideias do papel.

Com capacidade para abrigar até 12 empresas simultaneamente, a IncubaTec auxilia atualmente três grupos de trabalho pré-incubados, que ainda não têm empresa constituída legalmente, escolhidos depois de um processo seletivo aberto permanentemente. Os empreendedores precisaram se inscrever pela internet, apresentar um projeto para uma banca avaliadora, participar de uma oficina oferecida pela própria escola, e desenvolver um plano de negócios. O caráter inovador e a aplicabilidade na região, tanto em matéria de serviço quanto de abertura de postos de trabalho para a população local, são critérios avaliados no momento da seleção

Aprovados, os projetos passaram a ter o apoio de professores da Etec e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), parceiro da IncubaTec. Dois docentes da escola técnica são os responsáveis por acompanhar o desenvolvimento das empresas, até que elas possam ser formalizadas e passar a competir no mercado. Enquanto Tiago Ribeiro Carneiro cuida da área de informática, repassando ensinamentos sobre tecnologia, o professor Alexandre Rodrigues Cajuela, agente local de inovação e coordenador de projetos da Agência Inova Paula Souza, é o responsável pela área de administração. Com esse apoio e mais a estrutura da Etec – que fornece telefone, computadores, sistemas, assessorias contábil e jurídica e o ambiente de escritório – cabe aos empresários se dedicarem para fazer os planos darem certo.


MOBILIDADE URBANA

Rodrigo Lopes, de 23 anos, enfrenta viagens semanais de 8 horas para ir ao escritório, em Fernandópolis. Ele mora na Capital, mas foi atraído pelo apoio que recebeu. “A IncubaTec foi fundamental para que eu e minha sócia levássemos o nosso projeto adiante. Não encontrei em nenhum lugar o que eles me ofereceram”, conta.

Lopes e Raquel Amaral Martins, de 31 anos, ex-estudantes da área de Logística de Fatecs na Grande São Paulo, foram convidados a inscrever o projeto apresentado no Desafio Inova Paula Souza em 2013, que recebeu uma menção honrosa e conquistou o quinto lugar na competição. A proposta dos empresários é oferecer consultoria em projetos de mobilidade urbana e o primeiro alvo são prefeituras do interior do Estado.

A empresa passou a existir formalmente, cadastrada sob um CNPJ, no início de junho. “O próximo passo é estabelecer uma pessoa para ficar sempre em Fernandópolis e abrir um espaço em São Paulo também”, revela Rodrigo.

Eles dividem o espaço da IncubaTec com um projeto de quatro ex-alunos do curso técnico em Informática para Internet da Etec de Fernandópis, que criaram um aplicativo para celulares com o objetivo de facilitar compras em supermercados. Também estão na incubadora os sócios que criaram um serviço on-line de classificados de imóveis no interior paulista.

Vale ressaltar que não há nenhum incentivo financeiro por parte da IncubaTec às empresas. “A incubadora funciona sempre como uma intermediária. Orientamos sobre a busca por investimento e ajudamos a procurar investidores que possam se interessar”, explica o professor Alexandre Cajuela. As inscrições podem ser feitas on-line via http://www.incubatec.etecfernandopolis.com.br/.