Quarta, 24 de Abril de 2024

Estão faltando moedas no comércio de Fernandópolis

20/07/2015 as 07:50 | | Da Redaçao
Em uma loja de roupas localizada na Rua Brasil, no centro da cidade, um aviso informa aos clientes que a casa está sem moedas e que os clientes facilitem o troco pagando suas contas com valores próximos do montante cobrado.

O aviso denuncia a falta de circulação de moedas que tem sido percebida cada vez mais em Fernandópolis, principalmente no pequeno comércio, onde grande parte das compras é realizada com dinheiro em espécie. Armazéns, lanchonetes, lojas de roupas: todos estão sentindo, em maior ou menor escala, a falta de valores menores em suas caixas registradoras.

“Essa falta tem sido muito comum, e, algumas vezes, deixo de vender para não ter dor de cabeça”, explicou Marcos Almeida, proprietário de uma lanchonete. Assim como ele, muitos comerciantes estão tendo que dar um jeito, e até mesmo saindo de seus estabelecimentos para conseguir trocar o dinheiro dos fregueses.

“Não podemos simplesmente deixar de vender. Resta apenas deixar o cliente esperando, enquanto saímos em busca do troco, pois está muito difícil achar moedas”, acrescentou Fabiana Padilha, dona de uma cafeteria. As moedas que atualmente têm feito falta nas caixas registradora dos estabelecimentos são justamente as de menor valor, como R$ 0,05 e R$ 0,10. Mas os proprietários das lanchonetes, como Marcos Almeida, comentam que as de R$ 1,00 estão se tornando raras, assim como as cédulas de R$ 2,00.

HÁBITO

A falta de moedas pode ser explicada através de hábitos dos próprios consumidores, que decidem juntar aos poucos para trocar pelas cédulas quando estiverem em grande quantidade. “Eu costumo fazer isso, de vez em quando, e tenho até parentes que fazem a mesma coisa. Meu sobrinho junta em um porquinho, até ele estar pesado, para aí sim, gastar com algo que seja do interesse dele”, comentou a dona de casa Carla Dias.

Contudo, esta prática, embora nobre, por evidenciar a cautela do consumidor em gastar todo dinheiro que tem – não é recomendada por especialistas. “Esta é uma prática insegura e não- -rentável para a família que faz, em função do reajuste da inflação”, explicou o economista Paulo Conceição.

De acordo com ele, o dinheiro que está guardado causa uma falsa impressão de que a pessoa está economizando, além de contribuir negativamente com o mercado. “Toda rentabilidade, para ser real, ela precisa sofrer o abatimento da inflação. Aquele dinheiro que segue guardado, com tempo, será corroído pelo reajuste da inflação, e valerá cada vez menos, enquanto não for utilizado”, argumentou.

Além de representar um prejuízo para quem retém o dinheiro parado, as moedas que se juntam não podem ser substituídas. “Existe um limite para emissão de moedas pelo Banco Central que não pode ser alterado. Portanto, essas moedas que aparentam ser pouco, no final, fazem uma grande diferença, principalmente para o comércio”, finalizou o economista.

Breno Guarnieri- O Extra.net
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