Internado há 12 anos, Champinha é esperado em Fórum de Embu-Guaçu
28/05/2015 as 15:00 | Brasil | Da Redaçao
A Justiça de São Paulo quer ouvir Roberto Aparecido Alves Cardoso, o Champinha, de 28 anos, antes de tomar a decisão se o mantém internado ou o coloca em liberdade, em regime ambulatorial para ele continuar o tratamento mental.
Champinha foi acusado de participar das torturas e dos assassinatos de Felipe Caffé, de 19 anos, e Liana Friedenbach, de 16, em 2003. O casal foi morto na mata de Embu-Guaçu. Felipe foi assassinado com um tiro na nuca e Liana se tornou refém do grupo. Ela ficou quatro dias em cativeiro, onde foi torturada e estuprada. Depois, foi morta a facadas por Champinha.
No mesmo ano do crime, ele foi internado na extinta Febem, atual Fundação Casa, por ser ainda menor de idade - ele tinha 16 anos na época. Em 2006, foi levado para a Unidade Experimental de Saúde (UES), por ter sido considerado perigoso para voltar ao convívio social. É onde ele está internado no momento.
Segundo infomações do G1, ele é aguardado no Fórum de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, onde ocorreu o crime, nessa quinta-feira (28). Ele estaria há cerca de cinco anos sem comparecer a uma audiência judicial.
Além de Champinha, o juiz Willi Lucarelli pretende ouvir a defesa do interno, que pede o fim da internação; representantes do projeto de desinternação elaborado exclusivamente para ele; a acusação, que quer mantê-lo internado; a perícia, responsável pelos laudos psiquiátricos do paciente; e funcionários da UES.
Em março, o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, negou recurso da Defensoria Pública que solicitava a desinternação de Champinha. Em tese, não cabe mais recurso porque a decisão é da instância máxima da Justiça. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), na capital federal, e o Tribunal de Justiça (TJ), em São Paulo, também já haviam negado pedidos anteriores da defesa.
Mas apesar de a Justiça de São Paulo também ter negado o pedido da defesa para desinternar Champinha, ela sugere numa sentença, de abril deste ano, que é preciso discutir os resultados das últimas avaliações sobre o estado da saúde mental do paciente.
Segundo o G1, o juiz Lucarelli comenta que há contradições num laudo feito no final do ano passado. O juiz citou ainda que os peritos concluíram que o interditado tem condições, ainda que sejam mínimas, de controlar seus impulsos. Há contradição, porém, na descrição da perícia sobre o risco que Champinha representa à sociedade. O documento atestou a periculosidade do interno para outras pessoas.
O G1 procurou a assessoria de imprensa da Defensoria Pública, que informou que não comentaria o assunto antes da audiência.