Sexta, 19 de Abril de 2024

Morre, aos 82 anos, o ator e diretor de teatro Antônio Abujamra

28/04/2015 as 10:56 | Brasil | Da Redaçao
Morreu nesta terça-feira (28) o ator, diretor e apresentador Antonio Abujamra, aos 82 anos, em São Paulo. A informação foi confirmada pela TV Cultura, onde ele apresentava o programa "Provocações", na TV Cultura.

Um dos principais nomes do teatro brasileiro nos anos 1960 e 1970, Abujamra morreu em sua casa, no bairro de Higienópolis. A causa da morte ainda não foi divulgada.

A página oficial do programa "Provocações" no Facebook divulgou nota lamentando a notícia: "É com grande pesar que informamos que hoje, 28/04/2015, o apresentador de Provocações, Antônio Abujamra, faleceu. Agradecemos o carinho e apoio de todos que tem nos acompanhado ao longo desses 14 anos de programa".

Abujamra ficou conhecido pela irreverência de suas encenações. Começou no teatro amador em Porto Alegre, na peça "Assim É se lhe Parece" e, ao longo de sua carreira, trabalhou ao lado de grandes nomes do teatro nacional, como Ruth Escobar, Nicette Bruno e Paulo Goulart, além de ter dirigido atores como Antônio Fagundes e Vera Holtz em diversas ocasiões.

Abujamra ganhou a simpatia do grande público no anos 1980, ao participar de telenovelas como "Que Rei Sou Eu?" (1989), da Rede Globo, em que interpretou o bruxo Ravengar.

Sua última atuação em novelas foi em 2011, em "Corações Feridos", do SBT, e no cinema ocorreu em 2012, em "Brichos 2 - A Floresta é Nossa".

Trajetória

Um dos principais nomes a inovar a cena teatral brasileira nas décadas de 1960 e 1970, Antônio Abujamra nasceu em 13 de setembro de 1932, em Ourinhos (SP).

Formado em filosofia e jornalismo pela PUC do Rio Grande do Sul em 1957, envolve-se com o teatro se inicialmente como crítico, ainda na faculdade, mas logo começa também a participar de montagens como diretor e ator.

Depois de estudar na Europa, ele retorna ao Brasil em 1961, onde estreia profissionalmente dirigindo "Raízes", de Arnold Wesker, no Teatro Cacilda Becker, e "José, do Parto à Sepultura", de Augusto Boal, no Teatro Oficina. Na sequência, dirige uma série de espetáculos para a produtora Ruth Escobar, começando por "Antígone, América", de Carlos Henrique Escobar (1962).

Em 1963, funda o Grupo Decisão com Antônio Ghigonetto e Emílio Di Biasi, com a intenção de fazer um teatro político, influenciado por Bertold Brecht. O grupo ganha preastígio e, 1965, a montagem de "O Berço do Herói", de Dias Gomes, é interditada pela censura no dia do ensaio geral.

Nos anos seguintes, Abujamra trabalha com Nicette Bruno e Paulo Goulart no Teatro Livre.

Em 1975, a censura proíbe a estreia de "Abajur Liás", de Plínio Marcos. No mesmo ano, dirige Antônio fagundes no monólogo "Muro de Arrimo", de Carlos Queiroz Telles.

No início dos anos 1980, dedica-se a recuperar o Teatro Brasileiro de Comédia, em um movimento que acaba lançando grandes nomes, como Millôr Fernandes.

A partir do final dos anos 1980, atua em novelas que o fazem conhecido do grande público, como "Que Rei Sou Eu?" (1989), da Globo. Seu último trabalho como ator na TV foi "Corações Feridos" (2011), no SBT.

Em 1991, funda a companhia Os Fodidos Privilegiados e recebe um Prêmio Molière pela direção de "Um Certo Hamlet", espetáculo de estreia do grupo.

Desde 2000, apresentava o programa de entrevistas "Provocações", na TV Cultura.
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