Para Alckmin, não há motivos para impeachment de Dilma

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que não há motivos, no momento, para defender o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, na manhã desta terça-feira 3, Alckmin observou que o governo federal vive uma crise política e ética, devido ao esquema de corrupção na Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público e da Justiça. O tucano, porém, disse que é preciso aguardar o resultado das investigações, para averiguar a situação de Dilma.

“Em relação ao impeachment, não vejo neste momento razão para isso. Nós acabamos de sair de um processo eleitoral”, afirmou. Alckmin é uma das principais lideranças do PSDB, que polariza com o PT de Dilma as atenções do eleitorado. Em outubro, Dilma foi reeleita, após derrotar o senador tucano Aécio Neves, em uma agressiva campanha que dividiu o País e lhe garantiu uma estreita margem de votos.

A petista já assumiu o segundo mandato desgastada pela crise econômica e pelas primeiras denúncias de corrupção na Petrobras. A base aliada, sustentada principalmente pelo PT e pelo PMDB, também está rachada, o que enfraquece sua sustentação política no Congresso. Tudo isso vem alimentando, em parte da sociedade, um movimento para declarar o impedimento de Dilma.

Uma manifestação está sendo convocada em várias cidades, em 15 de março, para defender o impeachment da presidente. Na entrevista à Jovem Pan, Alckmin afirmou que seu partido não deve participar dos protestos. “O PSDB não vai participar da manifestação, porque ela é da sociedade; é espontânea”, disse.

O governador paulista observou, porém, que, se o País vivesse em um regime parlamentarista, em vez de presidencialista, o governo já teria caído. “Se o regime fosse parlamentarista, o governo já tinha caída, porque perdeu a confiança. No presidencialismo, um impeachment é extremamente traumático”, completou.