PlayStation volta a ter ameaça dos rivais

Calma, Sony! Seus maiores concorrentes no mercado de consoles, a Microsoft e a Nintendo, dão sinais de vida.

Depois do Natal de 2013, a Sony parecia destinada a assumir uma liderança incontestável no mercado com seu PlayStation 4.

A Nintendo estava perdendo dinheiro, e a Microsoft –que lançou o sistema Xbox One mais ou menos na mesma época que o PlayStation 4– estava muito atrás das vendas da Sony, um abismo que se ampliou durante o ano.

Mas na última temporada de fim de ano as duas empresas estavam recuperadas, com a Nintendo lançando uma série de jogos de sucesso para Wii U que salientaram a lealdade inabalável de seus fãs.

E a Microsoft, a concorrente mais direta da Sony no mercado de jogos, temporariamente baixou o preço do Xbox One para US$ 349 (R$ 907), US$ 50 (R$ 130) a menos que o PlayStation 4. A medida a ajudou a recuperar a liderança de vendas nos Estados Unidos, o principal mercado do produto.

O desconto foi uma virada da Microsoft. O primeiro Xbox One incluía o dispositivo de detecção de movimentos Kinect, e o pacote custava US$ 499 (R$ 1.300). Em junho, a Microsoft começou a vender um Xbox One sem o Kinect, por US$ 399 (R$ 1.037).

É uma aposta certeira que o PlayStation 4 ainda tem uma vantagem geral nas vendas em relação ao Xbox One. Em novembro, a Microsoft disse que estava prestes a despachar seu Xbox One 10 milhões, enquanto no mês anterior a Sony chegou à marca de 13,5 milhões de PlayStation 4.

Os Estados Unidos e o Reino Unido continuam sendo enclaves dos negócios de Xbox, mas ele é mais fraco fora desses mercados.

O negócio de jogos da companhia é especialmente frágil no Japão, um dos maiores mercados de jogos do mundo, onde as locais Sony e Nintendo são favoritas.

As fortunas da Nintendo também melhoraram, mas a empresa não chegou perto de repetir o sucesso do Wii original, o console com sensor de movimentos que foi um sucesso durante a última geração de hardware de jogos.

A companhia disse que vendeu 7,29 milhões de consoles Wii U até setembro, apesar de ter sido posto no mercado um ano antes dos lançamentos da Sony e da Microsoft.

Apesar das vendas de hardware estarem atrasadas, a Nintendo faz os jogos mais populares para seus sistemas, incluindo franquias como Mario, Zelda e Pokémon. Esses games são outra grande fonte de rendas para a empresa.

As crianças jogam mais em tablets e smartphones, onde a Nintendo não tem presença real, em vez dos portáteis Nintendo, negócio importante para a companhia.

"Essa é a maior preocupação da Nintendo, que eles percam esse público", disse David Cole, um analista do setor.

Também é uma preocupação para a Microsoft, o que explica em parte por que ela pagou US$ 2,5 bilhões (R$ 6,5 bilhões) pelo Minecraft, um jogo popular para celulares, consoles e computadores.