Grupo diz que filme "American Sniper" estimula ameaças
25/01/2015 as 07:19 | Mundo | Da Redaçao
Uma organização árabe-americana de direitos humanos pediu ao diretor Clint Eastwood e ao ator Bradley Cooper, de "American Sniper", que denunciem linguagem de ódio dirigida aos árabes e muçulmanos americanos após a estreia do filme, que conta a história de um atirador da Marinha.
O Comitê Árabe-americano Anti-Discriminação disse, em carta a Eastwood e Cooper, que seus membros se tornaram alvo de "violentas ameaças" desde a semana passada, dias antes de "American Sniper" entrar em cartaz.
O filme está indicado a seis prêmios Oscar, incluindo melhor filme, e é um sucesso de audiência.
O comitê disse que trabalha com a polícia e com o FBI para identificar a origem das ameaças. A carta informa que Eastwood e Cooper podem dar credibilidade à mensagem de tolerância.
O filme conta a história de Chris Kyle, um veterano da Marinha que foi atirador no Iraque, onde matou 160 pessoas. Muitos acreditam que o filme ameniza a imagem de Kyle, que chamou muçulmanos de "selvagens" em suas memórias, e que glorifica a guerra.
"Nossa opinião é a de que vocês poderiam desempenhar um papel significativo de apoio ao mostrar o perigo que estamos correndo", diz a carta, de 21 de janeiro, da qual a "Reuters" recebeu uma cópia.
O presidente do comitê, Samer Khalaf, disse neste sábado (24) que não pediria um boicote ao filme porque isso só atrairia mais atenção a ele. Em vez disso, pediu a árabes e muçulmanos que enviem a eles mensagens de ameaças que tenham sofrido. Mais de cem fora coletadas pela organização nas redes sociais.
Numa delas, no Twitter, um usuário celebrava o filme por retratar os árabes "como eles realmente são –vermes que querem nos destruir".
Eastwood e Cooper ainda não deram resposta à carta.