Sábado, 20 de Abril de 2024

Ex-presidente do PT de Fernandópolis quer vitória no embate final

21/10/2014 as 08:02 | | Da Redaçao
“A derrota nas urnas em Fernandópolis no último dia 5 de outubro foi somente o primeiro round desta eleição, mas a luta continua. Iremos recuperar votos para nossa presidente Dilma neste segundo turno”, afirma Sergio Pasqual Teixeira, ex-presidente do PT de Fernandópolis e atual integrante do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores, durante entrevista exclusiva concedida ao “Extra.net” na última semana.

Falando em melhorar o desempenho de Dilma na cidade, desempenho este que classificou como “queda meteórica” de votos, Teixeira cita a necessidade de mobilização das lideranças partidárias da base aliada da atual presidente, expõe suas ponderações quanto à atuação do PSDB por Fernandópolis e analisa os modelos de governo de Dilma e Aécio, considerando serem estes “completamente distintos”: “O que temos em disputa são dois modelos antagônicos de se governar”, declara. Confira na íntegra a entrevista com Teixeira, membro do Diretório Municipal do PT.

EXTRA: Em 2010 você era presidente do PT de Fernandópolis e Dilma Rousseff conquistou uma vitória inédita na cidade, recebeu nada menos do que 60% dos votos aqui. E hoje? O que aconteceu com o partido?

TEIXEIRA: Houve um ataque à instituição partidária do PT. Houve uma redução dos votos em todo o Brasil, nossa média nacional de votos baixou bastante. Mas, aqui em Fernandópolis, esse índice negativo ficou muito acima da média nacional. Vejo que, em primeiro lugar, tínhamos na cidade um apelo político ao deputado Devanir Ribeiro, por conta da ZPE e outras obras que havíamos conquistado. Mas as coisas não andaram, e não por falta de incentivo do Governo Federal, e sim pela omissão do ex-prefeito. E as verbas para estas obras já estavam liberadas. Quer dizer, tinha o dinheiro para se fazer a Estação das Artes, até hoje nada; Academias a Céu Aberto, que somente este ano, com a Ana Bim, saíram do papel. Além disso, e eu coloco como maior responsável pela queda meteórica dos votos de Dilma em Fernandópolis, há a falta de diálogo do atual comando do PT na cidade com as lideranças e representantes dos partidos da base aliada do Governo Federal, como o Henri Dias (PMDB), Chico Arouca (PRB), Odalício da Saúde (PR), o Clebiano da Sabesp (PCdoB), Júlio Camargo e o nosso deputado eleito, Fausto Pinato (PRB). E tem ainda o PSD. A atual direção do PT rompeu com a prefeita. Tudo isso influenciou para o desempenho muito aquém do merecido pela nossa presidente Dilma. Mas foi somente o primeiro round, a luta ainda está aí e vamos pra rua. Eu tomei a decisão de me reunir com as nossas lideranças, com nossos representantes da base aliada. E esse encontro deve acontecer já nos próximos dias.

EXTRA: Como você vê hoje nossa política local?

TEIXEIRA: Quando se fala em política local não tem como não citar esse jovem guerreiro que é o Fausto Pinato, filiado a um partido da nossa base aliada. Mas tem uma questão que precisa ser exposta. Faz mais de 20 anos que Fernandópolis tem deputado federal, ou não? Quem sempre teve média de, no mínimo 12, 13 mil votos, chegando a quase 18 mil, em Fernandópolis? Quem estudou em escola pública aqui na cidade e depois virou um político com muita influência no Governo Estadual e também em Brasília? Quem é o filho do histórico político que dá nome ao nosso Recinto da Expô? É ele o filho do mesmo homenageado que dá nome à rodovia que liga Fernandópolis à Água Vermelha. E tem mais, nas últimas eleições foi o Devanir Ribeiro que figurou como deputado de referência para a cidade. E nossa cidade agora é que terá um deputado federal realmente daqui? Ao Fausto eu vejo que a única tarefa que ele tem de desempenhar para cumprir com galhardia esse papel é “trabalhar”. E ele é batalhador. Mas seu cargo vem para encobrir, para suprir a omissão de quem “não era”, até ontem, o que “nunca foi de fato”, nosso verdadeiro representante na Câmara Federal. E o PSDB tem toda a responsabilidade pela história triste de Fernandópolis, pelo nosso período negro politicamente, quando nosso prefeito era do PSDB, o Farinazzo, o governador do estado era do PSDB, o Covas, o governo federal era do PSDB, o FHC, e “nosso” deputado era do PSDB. E justamente neste período é que ficamos à sombra de Votuporanga, que Fernandópolis andou para trás. Só a partir de 2002 e 2003, com a eleição do Lula, um republicano nato, que não olha para cor partidária, mas para o povo, é que começamos a avançar. A nossa Unicastelo, com a faculdade de Medicina, foi o PT que trouxe para cá. Imagine o impacto financeiro no mercado econômico local, no comércio da cidade se não tivéssemos a faculdade de Medicina da Unicastelo instalada aqui. E a FEF? É hoje uma Instituição Filantrópica graças ao governo do PT, livrando assim a Fundação Educacional de um caos financeiro que vivia. E tem muito mais. A ZPE, que teve um período de paralisação, mas que foi retomada agora, com Ana Bim e o Zambon no comando do projeto, com o belo trabalho do Jurídico da Prefeitura. O Instituto Federal é outra iniciativa do PT, da nossa presidente Dilma. O que o PSDB fez por Fernandópolis? Existe alguém que ainda pensa que eles farão algo por nossa cidade e não por Votuporanga?

EXTRA: Qual sua análise sobre a campanha do Aécio Neves em Fernandópolis estar vinculada à imagem de um candidato derrotado nas urnas?

TEIXEIRA: Comprova a omissão do PSDB junto à nossa população. Este vazio tem que ser ocupado, e é natural que o Gilmar Gimenes tente se qualificar como uma liderança natural do partido. Ele está querendo ocupar esta “vaga”. Mas acredito que para o Aécio não é um bom negócio.

EXTRA: Como descrever esta disputa atual entre Dilma x Aécio?

TEIXEIRA: O que temos em disputa nesta eleição são dois modelos de governo, dois projetos antagônicos, completamente distintos. E os dois o Brasil já testou. Um, do PSDB, que tem por base o controle da inflação através dos altos juros, consequentemente traz recessão, gerando desemprego e diminuindo o consumo. O povo não tem dinheiro, portanto, controla-se a inflação, pois não há consumo, não há poder de compra para o trabalhador. Além do mais, é o chamado “Estado Mínimo”, cortando investimentos e fazendo o país andar para trás. O Nosso, do PT, atua com juros mais baixos, registrados como os mais baixos de nossa história. Pode-se manter juros baixos, com criação de empregos e um consumo em alta. Nossa taxa de desemprego está em 5,2%, enquanto na Europa é, no mínimo, o dobro, sendo que já bateu na casa dos 20% no auge da crise europeia. Tendo em vista a nossa valorização dos Bancos Públicos, há empréstimos para aquecer o mercado a juros muito abaixo do praticado no mercado, e ainda a juros subsidiados, como no caso do Programa Minha, Casa Minha Vida. Quer empréstimos para o comércio e indústria? Tem o BNDES. Para a agricultura, agronegócio e agricultura familiar? Tem o Banco do Brasil. Este é o atual ciclo virtuoso do nosso modelo de gestão econômica, onde as pessoas estão empregadas e gerando renda, onde o governo fomenta a produção, tanto agrícola, atingindo safras recordes, quanto industrial, que mantém o equilíbrio econômico.Resumindo, um modelo expõe menos pessoas ganhando (desemprego), menos pessoas consumindo (inflação controlada), e outro, o nosso, com mais pessoas ganhando (geração recorde de empregos) mais pessoas consumindo, consequentemente maior produção e inflação controlada, equilibrada. Qual o modelo você prefere?



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