Quarta, 24 de Abril de 2024

Bolsa segue tendência e cai impactada por China e eleições

23/09/2014 as 00:00 | Brasil | Da Redaçao
A preocupação dos investidores com a desaceleração econômica da China derrubou os mercados financeiros ao redor do mundo nesta segunda-feira (22). A Bolsa de Valores brasileira, que também foi afetada pela especulação eleitoral, não foi exceção e encerrou o dia no vermelho.

O Ibovespa, seu principal índice, teve retração de 1,68%, a 56.818 pontos. Trata-se do menor nível desde o dia 15 de agosto, quando a Bolsa teve alta de 2,12%, impulsionada pela incerteza eleitoral decorrente da morte do candidato Eduardo Campos (PSB). A queda foi puxada pela desvalorização da Vale e de estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil.

A mineradora foi impactada pela declaração do ministro das Finanças chinês, Lou Jiwei, de que não alteraria dramaticamente a política econômica do país em virtude do mau resultado de um indicador. O pronunciamento esfriou as expectativas dos investidores que esperavam novos estímulos à economia chinesa. "A declaração acabou fazendo com que o mercado ficasse um pouco mais cauteloso e isso impactou as ações da Vale e das empresas de siderurgia", afirma William Araújo, executivo da equipe de análises da Um Investimentos.

Além disso, a Vale também foi impactada por uma nova redução nos preços do minério de ferro na China. O preço do produto com entrega imediata ficou abaixo dos US$ 80 pela primeira vez em cinco anos, cotado a US$ 79,80. No ano, a desvalorização do minério de ferro já chega a 41%. Como resultado, as ações ordinárias da empresa, que dão direito a voto, caíram 3,67% (a R$ 27,28), enquanto os papéis preferenciais, de maior liquidez, retrocederam 4,13%, para R$ 23,87. Já as companhias estatais sofreram perdas com as especulações do mercado financeiro sobre a pesquisa Vox Populi, que mediu a intenção de voto dos eleitores durante o fim de semana. A divulgação do resultado deve ocorrer ainda nesta segunda.

PESQUISA
Investidores apostam que a pesquisa trará um novo avanço da presidente Dilma Rousseff (PT), ao mesmo tempo em que acirra a disputa entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) pela segunda colocação. O mercado financeiro acredita que os principais candidatos de oposição adotariam uma gestão menos intervencionista nas companhias estatais. Logo, uma alta de Dilma Rousseff nas pesquisas diminui o apetite dos investidores por papéis dessas empresas. Por causa desse movimento, as ações ordinárias da Petrobras caíram 2,26%, negociadas a R$ 19,40. Os papéis preferenciais recuaram 1,53%, a R$ 20,59. O Banco do Brasil e a Eletrobras também registraram queda nas suas ações ordinárias.

NA CONTRAMÃO
A TIM foi uma das poucas empresas a ter ganhos no pregão desta segunda-feira. "Um dos principais motivos seria a possibilidade de consolidação do setor de telecomunicações", diz Araújo. Os papéis da companhia subiram 0,90%, negociados a R$ 13,50. O banco Santander também encerrou o dia em alta, de 0,8%, com ações cotadas a R$ 16,30. Para Araújo, a valorização está relacionada ao programa de recompra de ações do Santander Brasil, implementado pela matriz espanhola. A operação deve ocorrer em outubro.

DÓLAR
Seguindo a tendência de cautela ditada pelo mercado chinês e pelas pesquisas eleitorais no Brasil, o dólar se valorizou ante o real nesta segunda (22). Referência nas transações de comércio exterior, o dólar comercial chegou a bater R$ 2,40 durante o pregão, mas encerrou com alta de 0,88%, a R$ 2,394, seu maior nível desde 18 de fevereiro deste ano. Já o dólar a vista, utilizado em operações do mercado financeiro, subiu 0,61% a R$ 2,391, em seu maior patamar desde o dia 13 de fevereiro.
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