Padilha afirma que PSDB conviveu com corrupção durante 15 anos

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, retrucou aos ataques feitos nesta segunda-feira (22) pelo candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), e disse que o partido do concorrente "conviveu com esquema de corrupção por 15 anos".

Ele se referiu às investigações sobre a suspeita de pagamento de propinas e de formação de cartel em licitações do governo paulista para os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do Metrô.

De acordo com o candidato petista, o PSDB colocou a "raposa para tomar conta do galinheiro", referindo-se ao conselheiro afastado do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Robson Marinho. Marinho é suspeito de ter recebido propina da Alstom durante o governo Mário Covas (PSDB), quando ocupava o cargo de secretário da Casa Civil entre janeiro de 1995 e abril de 1997. Ele também é um dos fundadores do partido. O petista ainda disse que o rival Alckmin tem de dar explicações sobre o candidato tucano ao Senado, José Serra. "O candidato dele está depondo na Polícia Federal por causa do escândalo de corrupção do metrô e do trem."

Padilha, que aparece em terceiro lugar nas pesquisa de intenções de voto, deu as declarações durante campanha realizada na tarde desta segunda em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). Questionado sobre a declaração, na última semana, do candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, de que o PT terá "insônia" por causa das investigações da Petrobras. Padilha disse que o tucano "só sabe fazer aeroporto e dar a chave para o tio". "Durante todo o tempo em que governou o Estado de Minas Gerais, nunca apoio uma CPI, essa é a diferença do PT e do PSDB", disse.

DENÚNCIA
Aécio é alvo de denúncia que aponta desapropriação de terras da família para construção, pelo Estado de Minas, de um aeroporto no município de Cláudio (MG), a 150 km de Belo Horizonte. Foram gastos quase R$ 14 milhões nas obras do aeródromo. O tucano era o governador de Minas no período. Nesta segunda, o programa eleitoral de Alckmin no rádio chamou o petista de incompetente, acusou o PT de mentir e citou que dois petistas que já disputaram ao governo local estão presos.

A propaganda de Alckmin não cita o julgamento do mensalão, mas o ex-deputado José Genoino e o ex-ministro José Dirceu concorreram ao governo paulista em 2002 e 1994. O programa eleitoral esquentou a disputa entre os dois partidos e Padilha chamou Alckmin para "um debate de homem".