Quinta, 25 de Abril de 2024

Veneno de aranha pode ajudar vítimas de infarto

24/07/2021 as 17:00 | Mundo | Extra
Na Austrália estão algumas das criaturas mais venenosas da Terra. Uma delas, entretanto, pode ajudar vítimas de ataques cardíacos. O veneno encontrado numa espécie de aranha-teia-de-funil, originária da Ilha de Fraser, tem enchido pesquisadores de esperança na obtenção de um novo medicamento que bloqueia o "sinal de morte" enviado pelo coração na sequência de um ataque cardíaco, que causa a morte das células do órgão. Batizada de Hi1a, a proteína encontrada no veneno do aracnídeo a por cientistas da Universidade de Queensland e do Victor Chang Cardiac Research Institute, de Sydney, também pode ajudar a conservar por mais tempo corações levados para transplante em lugares mais distantes.

"Normalmente, se o coração do doador parou de bater por mais de 30 minutos antes da recuperação, o coração não pode ser usado", disse Peter Macdonald, um dos autores do estudo, segundo reportagem no site "MSN News". "Se pudermos comprar 10 minutos extras, isso pode fazer a diferença entre alguém que tem um coração (para doar) e alguém que está perdendo. Para as pessoas que estão literalmente à porta da morte, isso pode mudar a vida", acrescentou ele.

As aranhas-teia-de-funil são consideradas por alguns cientistas como uma das aranhas mais perigosas do mundo. Suas presas são grandes, poderosas e capazes de penetrar unhas e sapatos macios.

A pesquisa cardíaca australiana está em seus estágios iniciais. Os pesquisadores testaram a droga candidata em células pulsantes do coração humano expostas a estresses de ataque cardíaco para ver se a substância melhorou o nível de sobrevivência. Eles pretendem iniciar testes clínicos em humanos nos próximos dois ou três anos.

As aranhas não são as únicas criaturas venenosas sendo estudadas para fins médicos. Um medicamento de diagnóstico em desenvolvimento, por exemplo, usa o veneno potente de um escorpião encontrado em Israel e um corante infravermelho para localizar e iluminar tumores. O medicamento passou por testes de segurança e clínicos iniciais para avaliar tumores cerebrais em crianças.
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