Mesmo se for preso, corintiano segue "ficha-limpa" para Justiça

O possível envolvimento de Raimundo Cesar Faustino, o Capá, na morte do palmeirense agredido por corintianos no último final de semana em Franco da Rocha e seu histórico de brigas de torcida não serão problemas para sua candidatura de deputado estadual pelo PT de São Paulo.

Mesmo com as confusões ligadas a seu nome, Capá teve a candidatura deferida pela Justiça Eleitoral, com a chancela do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que emitiu documento atestando que o corintiano não tem qualquer problema judicial que o impeça de concorrer ao pleito.

Nem mesmo se Capá for preso pela morte do palmeirense Gilberto Torres Pereira, como quer a Polícia de Franco da Rocha - cidade da região metropolitana de São Paulo em que o torcedor foi agredido -, tiraria o corintiano das opções que aparecerão na urna eleitoral em 5 de outubro.

Como a Justiça Eleitoral já deferiu a candidatura de Capá, uma eventual prisão só traria ao candidato empecilhos práticos na realização da campanha, mas nenhum problema para concorrer, de fato, ao pleito, como explicou o advogado Alberto Rollo, especialista na legislação eleitoral.

"Não seria a primeira vez que alguém concorre preso. O caso ainda tem uma série de se, mas, mesmo que ele seja preso hoje, ele será candidato. Para ele sofrer alguma consequência, vai demorar. A prisão seria preventiva, que não afeta direito políticos", explicou o jurista ao ESPN.com.br.

Mesmo preso, por exemplo, Capá poderia pedir autorização para um juiz para poder tomar posse e ser condecorado, caso seja eleito para assumir uma cadeira na Câmara dos Deputados, segundo Rollo.

Histórico de brigas - Vereador eleito desde 2008 na cidade paulista de Francisco Morato, Capá foi flagrado, em 2013, na briga entre torcidas de Corinthians e Vasco, no Mané Garrincha, em Brasília. O membro da torcida organizada Gaviões da Fiel foi filmado desferindo um chute em um policial.

No caso de morte do torcedor palmeirense, agredido com pedaços de pau no último domingo, Capá é apontado pela Polícia Civil como envolvido na briga. Inicialmente, foi indiciado por rixa qualificada e lesão corporal. Agora, com a morte de Pereira, deve responder por homicídio.