Sexta, 19 de Abril de 2024

Os políticos e a riqueza

22/08/2014 as 08:00 | | Da Redaçao
Mal começou o horário eleitoral, começam a pulular matérias jornalísticas dando conta da riqueza pertencente aos políticos candidatos nas eleições de outubro. Nada a reparar, exceto o fato de que muitos deles tiveram aumento extraordinário de patrimônio.

Numa delas, a reportagem foi baseada numa regra do Tribunal Superior Eleitoral obrigando esses candidatos a apresentar relação detalhando todos os seus bens, de forma a tornar cada vez mais transparente o processo eleitoral e até mesmo oferecendo aos eleitores a possibilidade de saber a situação financeira dos candidatos.

Pois bem. Dos candidatos a governador, senador e deputado analisados, 70% deles possui patrimônio maior nesse ano do que tinham antes da eleição passada. Que beleza, hein, esses parecem o mitológico rei Midas, que transformava em ouro tudo o que tocava.

A análise dos números mostrados nos leva a uma triste constatação: a política enriquece. Aliás, um cientista político ouvido pela reportagem declarou a existência de “uma relação entre o número de mandatos e o patrimônio desses políticos”. Resumidamente, quanto mais mandatos, mais rico é o político. Coincidência? Provavelmente, não.
Mais triste ainda é perceber que a carreira política é um ótimo negócio e que poucos ficam pobres depois que entram para o mundo da política.

Evidente que não é crime ser rico ou ficar rico. As riquezas é que promovem, de uma forma ou de outra, o crescimento e o desenvolvimento de um país. O que se questiona é a forma como se fica rico. Além disso, dificilmente vemos empresários consolidados e milionários ingressando na política.

Existem casos escabrosos, principalmente entre os candidatos a suplentes de senadores, quase sempre ocupados por empresários bem sucedidos e financiadores de campanha, a projetar futuros trampolins e acordos que nos deixariam arrepiados se investigássemos a fundo. Enfim, a má fama dos nossos políticos decorre das próprias ações por eles perpetradas.

Denúncias de desvio de verbas públicas colocam sob suspeita essa riqueza e cabe a nós, cidadãos comuns, a obrigação de eleger pessoas capacitadas e acima de qualquer suspeita. Em tempo: o dom do Rei Midas foi a sua perdição. Vamos ficar de olho!


Henri Dias é advogado em Fernandópolis (henri@adv.oabsp.org.br)
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