Quinta, 18 de Abril de 2024

Seca nos rios continua a afetar negócios na região

03/08/2014 as 11:12 | Região | Da Redaçao
Em Ouroeste, este ano foram 30 milímetros de chuva, de acordo com a Casa da Agricultura da cidade. Mesmo assim, o nível dos rios continua baixo. O Grande, que abastece as usinas de Água Vermelha e Marimbondo, é o mais afetado.

Nas proximidades da usina de Água Vermelha, abaixo da ponte da rodovia Percy Waldir Semeghini – que liga Ouroeste a Iturama (MG), é possível andar no meio do rio. A chuva dos últimos dias não foi suficiente para mudar o volume do reservatório de Água Vermelha, que está em 18%.

No início do mês de junho a capacidade estava em 14%. Os 4% de água acumulada quase não representa mudanças. E o reservatório da usina hidrelétrica continua a ser o de menor quantidade entre os quatro do sistema do rio Grande, segundo o ONS– Operador Nacional do Sistema.

Nas proximidades, toda a base da ponte está à mostra, inclusive as pedras próximas aos pilares. O rio recuou pelo menos 10 metros segundo pescadores e trabalhadores das proximidades. No Porto de Areia de Água Vermelha, a seca obrigou os funcionários a duplicar o alcance da captação para conseguirem ligar a balsa, posicionada no leito do rio, até o local de depósito da areia.

Foram necessários 10 metros a mais de tubo de ferro e 10 metros de mangueiras para abastecimento das máquinas. O meteorologista Pedro Costa, do Cptec, afirma que o inverno é um período conhecido por ter baixo índice pluviométrico, por isso não deve chover o suficiente para encher os rios. “A seca deve permanecer até a mudança de estação”, disse.

O especialista afirma ainda que esse ano está sendo atípico, porque não choveu no início do ano devido a um fenômeno chamado “sistema de bloqueio”, que desviou a chuva da região sudeste. “Esse fenômeno funciona como um jato de vento e não deixa a chuva chegar. Agora, com a chamada onda frontal, formada na Patagônia, deve chover um pouco e fazer frio”, explica.

Em outro trecho, em Mira Estrela, um dos braços do rio Grande está praticamente sem água. Até uma antiga estrada de terra que era submersa voltou a apareceu depois de 30 anos. A manutenção das condições favoráveis dos reservatórios no Subsistema Sul e a melhora prevista para o Subsistema Sudeste/ Centro-Oeste na semana operativa de 26 de julho a 1º de agosto, reduziu o Custo Marginal de Operação (CMO) médio mensal do Sistema Interligado Nacional (SIN) de R$ 710,16 megawatss/hora (MWh) para R$ 584,08 MWh em todos os subsistemas do país.

A informação consta do Relatório Executivo do Programa Mensal de Operação (PMO), divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O PMO avalia que para estasemana operativa, em comparação com as afluências da semana anterior haverá “aumento das afluências” [capacidade dos reservatórios de transformar água em energia] no subsistema Sudeste, e manutenção das afluências aos demais subsistemas. Quanto à previsão das afluências para o mês de agosto, prevê-se, segundo o Operador, que apenas o subsistema Sul apresente valores superiores a sua média histórica.

Apesar da expectativa, entre a semana operativa encerrada no último dia 20 e este domingo (20), todos reservatórios registrarão queda na capacidade de armazenamento: no Sudeste/Centro-Oeste a capacidade de armazenamento teve redução de 34,82% para 34,47%; no Sul de 93,28% para 92,14%; no Nordeste de 33,75% para 32,77; e no subsistema Norte de 89,22% para 86,2%, a maior redução.

Os dados da PMO da semana em curso preveem, no entanto, a observação de anomalias da Temperatura da Superfície do Mar no oceano Pacífico Equatorial no mês de junho mostram uma condição de aquecimento, já em desenvolvimento, que com possibilidade da ocorrência do fenômeno El Niño deverá atingir o seu auge entre novembro de 2014 e janeiro de 2015.

Do ponto de vista da demanda ao Sistema Interligado Nacional, o ONS prevê para agosto uma demanda de energia crescente para o Subsistema Nordeste, lastreada pelo comportamento do consumo das classes residencial e comercial, com expansão de 2,6%, em relação a igual mês do ano passado.

No Subsistema Norte, deverá haver queda de demanda de 1,6% em relação a agosto do ano anterior, principalmente, em decorrência da redução acentuada da carga de um consumidor livre do ramo de metalurgia durante o ano em curso.

Logo abaixo da barragem da usina de Marimbondo, na divisa de São Paulo com Minas Gerais, a navegação precisa ser feita com cautela porque as pedras do fundo do leito também estão fora d’água.Quem olha o rio de cima da ponte da rodovia da BR- 153 consegue ver o fundo em alguns trechos.

RIOS

Não é só no rio Grande que os efeitos da seca são perceptíveis. No rio Preto, em Pontes Gestal, a cachoeira de São Roberto está com metade do seu volume comum. O local, muito frequentado por pescadores, está vazio.

Com o seu principal atrativo seco, com quedas d’água menores e ruim para pesca, pousadas e quiosques do rio Grande, em Icém, e do rio Preto, em Pontes Gestal, tem ficado vazias durante a semana e pouco movimentadas aos sábados e domingos.

Na cachoeira de São Roberto, em Pontes Gestal, são 30 quiosque à disposição da população. Em épocas comuns, são disputados pelos pescadores, que precisam chegar cedo para garantir um espaço. Nos últimos dois meses, essa disputa não ocorre.

No Tietê, em Pereira Barreto, o braço que passa por baixo da rodovia Euclides Figueiredo está praticamente seco e nem de perto lembra a mesma época do ano passado, quando as águas invadiam a vegetação das margens.

Jornal O Extra
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