Quinta, 18 de Abril de 2024

Organizada palmeirense prevê confusão no clássico

25/07/2014 as 18:36 | Brasil | Da Redaçao
Representantes de Corinthians, Palmeiras, de torcidas organizadas dos dois times, da polícia militar e de diversos órgãos públicos envolvidos no clássico das 16h do próximo domingo entre os rivais, o primeiro no novo estádio corintiano, em Itaquera, estiveram reunidos nesta sexta-feira na sede da tropa de choque da PM de São Paulo para discutir questões de segurança da partida.

E para a Mancha Alviverde, principal organizada palmeirense, o cenário é preocupante.

Durante a reunião, Alexandre Vilariço, capitão do choque, informou que os torcedores uniformizados do Palmeiras deveriam se locomoverem em ônibus alugados, sendo escoltados até o palco do jogo, válido pelo Campeonato Brasileiro.

Membros da Mancha presentes no encontro contestaram a ordem e sugeriram que os visitantes fossem transportados de trem ou metrô sob escolta da polícia, o que seria mais seguro, opção que foi rejeitada - funcionários do Metrô e da CPTM, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, disseram que seria inviável acomodar corintianos e palmeirenses juntos.

Integrantes de organizadas do Corinthians devem usar o metrô e desembarcar na estação Artur Alvim, acessando o estádio, excepcionalmente, pela escadaria da avenida Radial Leste.

"Fizeram o Expresso da Copa - trem expresso que ia do Centro de São Paulo até Itaquera durante a Copa do Mundo deste ano - e por que não pode fazer pro torcedor da casa, residente do país, vão fazer só pra gringo ver? Então não queremos acabar com a violência, só queremos nos mostrar pra estrangeiro. A gente consegue levar todos até a estação Dom Bosco, dali a torcida anda pela avenida Itaquera, são dois paredões, é só fechar na frente e atrás da torcida do Palmeiras. É melhor do que ir em um monte de ônibus", alegou Jânio Santos, diretor da Mancha.

Ele diz ter tido problemas recentemente se locomovendo de ônibus para assistir a jogo contra o Santos, semana passada, no Litoral Paulista. "Fomos até a Vila Belmiro com três ônibus e não conseguiram manter a segurança. É muito perigoso, você está confinado dentro de um ônibus, a polícia não vai ter controle total das vias e não tem como descer. É muito mais fácil controlar no chão."

Independentemente das queixas, o capitão Alexandre Vilariço reforçou a recomendação da polícia e avisou que em caso de violência envolvendo torcedores organizados em estações de transporte público no dia da partida, as organizadas serão responsabilizadas civil e criminalmente.

A Mancha Alviverde garante que acatará a ordem e estima que cerca de 50 ônibus partam até a Arena Corinthians neste domingo - o trajeto que será feito foi mantido sob sigilo pela PM. Rafael Scarlatti, vice presidente da Mancha, afirma que a maioria dos 1830 ingressos disponibilizados para os visitantes foram comprados por membros da organizada e que a forma mais tranquila de se chegar no estádio é partindo junto com o grupo. Para Scarlatti, o caminho até a Zona Leste passa por pontos perigosos e é provável que haja ataques por parte de rivais antes do desembarque no estádio.

Apesar de afirmar que a Rocam, Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas, estudou os arredores da região e traçou o trajeto mais seguro até o local, o capitão Vilariço admite que a polícia ainda está conhecendo a dinâmica das cercanias do recém-construído estádio corintiano.

Foram colocados à venda no total 42.500 bilhetes para o clássico. Até a noite de quinta-feira, 25.500 haviam sido vendidos. Estima-se que 37 mil pessoas estejam presentes para o espetáculo. A venda de ingressos continua até sábado e não acontecerá no dia do jogo.

O efetivo da polícia para a partida será de 470 homens, cerca de 170 a mais do que em um jogo normal. Dentro do estádio e do lado de fora, tapumes serão usados para evitar contato entre rivais. Câmeras estão instaladas para fiscalizar os espectadores e o Jecrim, Juizado Especial Criminal, estará presente para julgar eventuais infratores.

A PM promete reforçar a segurança em bairros que são foco de confrontos entre torcedores, e redes sociais têm sido vigiadas para se monitorar brigas marcadas pela internet.
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